Vida X Morte


Dia após dia lutamos para sobreviver. A mãe que trabalha redobrado para sustentar os filhos. O velho que vende picolés, mesmo em dias de sol a pino. A cada ano, mês, minuto, segundo: pensamos na vida.

A morte deixa para depois. Engraçado isso! Até parece que a desconhecemos. Ou que ela não faz parte do nosso trajeto. Sabemos que ela é natural. Mas, não queremos encará-la.

Só que de repente ela atravessa no nosso caminho. Talvez materializada em uma colisão frontal entre dois carros. Ou, em um vício consumido anos a fio. Quando ela chega não estamos preparados. Muito menos nossos entes queridos.

A imagem de um paciente terminal é de pura fragilidade. O olhar muitas vezes distante encontra-se com os de profissionais que o chamam. “Muitos entram em depressão. Querem se entregar a morte. A minha responsabilidade é chamá-los para a vida” diz de forma amável a psicóloga hospitalar Ana Paula.

Ter a experiência que tive de ver um parente em uma UTI – Unidade de Terapia Intensiva- é algo angustiante. A sensação é de estar de mãos atadas. Meu primo Rivailton, querido, inerte, inchado, intubado, enfim. Na época contive as lágrimas e rezei. Dias tortuosos; a cada novo telefonema o coração disparava. Morreu? Não! A fé o reanimou, o motivou e por fim o levantou. Hoje ele é casado, pai de dois filhos e segue sua vida normalmente. Claro com outros conceitos. O principal: cuidar da sua saúde espiritual.

A experiência de quase morte muda as pessoas. Só que não precisamos esperar vivenciar situações parecidas. Ou mesmo receber o laudo médico de que a pessoa amada se foi para mudar as nossas atitudes. A oportunidade que tive adentrando o Hospital de Urgências de Goiânia me fez refletir sobre essas questões. Vi um misto de desespero estampado nos rostos; alguns transfigurados, outros tristonhos... A dor de perder. Ou o sorriso guardado no peito. É um ir e vir. É vida. É morte.

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