A doce Dulce


Hummmmm! Nunca imaginei saborear uma trufa de chocolate tão recheada de histórias. Por trás deste popular doce que adquiri pelo valor de R$ 2,00 degustei também grandes lições.

Professora aposentada de fala fácil. De mesa em mesa ia ela se desfazendo das trufas. Em algumas ainda cantarolava: “Que beijinho doce...” A eficiência é tanta que quando resolvi comprar a minha só restava outras duas.

Ela chegou de mansinho. Sorridente perguntou-me se queria uma trufa. De fato não queria. Mas, não resisti tanto encanto. A empatia com Dona Dulce foi imediata. Conversamos sobre tantas coisas. Dentre elas: vida, superação e fé.

Vendedora de trufas alegre? Uma raridade! Por isso, quis adquirir sua confiança. Perguntei-lhe se gostava de chocolate. “Demais menina. Lá nos EUA pegava caixas de chocolates da minha filha e escondia debaixo da minha cama. Nem sentia remorso, pois ela dava só uma mordidinha neles e largava pra lá.”

Dulce é casada e “alforriada”, como mesma diz. O marido a pediu para fazer tudo que tem vontade. A tal liberdade veio após a descoberta de um câncer na mama direita. Ela segue tratamento com quimioterapia. O médico indicou procurar um psicológico para lidar melhor com a doença. “Não quero sentar no divã. Quero sair, ver gente. Ajudar pessoas”.

As trufas são feitas pela empregada de Dona Dulce. “Quando chego com o dinheiro e a entrego. Fico feliz só de ver a alegria dela”. Esta foi a fórmula que esta doce mulher encontrou para superar a dor.

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