Rei do nordeste
Não é por acaso que certas pessoas se tornam mitos. Para chegar a essa definição precisei ir além das páginas biográficas. Tive que viajar. Chegar em Caruaru-PE e conhecer o orgulho nordestino estampado no sorriso da vendedora de tapiocas que disse “esse é o nosso Rei do Baião!”. A frase cheia de ênfase foi dita, enquanto colocava a carne seca na tapioca e de rabo de olho prestava atenção na televisão, que na época e horário passava a mini-série “Gonzaga - De pai pra Filho”. Luiz Gonzaga do Nascimento, filho do sanfoneiro Januário José Santos e da dona de casa Ana Batista de Jesus, tornou-se retirante por causa de um sonho. No Rio de Janeiro cantou aos quatro cantos: “quando olhei a terra ardendo. Com a fogueira de São João. Eu perguntei a Deus do céu, ai. Por que tamanha judiação... Que braseiro, que fornalha. Nem um pé de plantação. Por falta d’ água perdi meu gado. Morreu de sede meu alazão. Até mesmo a asa branca bateu assas do sertão...” Quem visita o agreste pernambucano pe...